5.4.10


Joanna Newsom tem apenas 3 anos a mais que eu. Esse dado me assustou muito, já que um disco desses transborda maturidade. "Have One On Me" é uma paulada, uma grosseria, de tão bom que é. E olha que eu nem sou fã incondicional da cantora - perdi o show que ela fez por aqui em 2007, mesmo tendo pago pelos ingressos.

Mas voltemos ao tão discutido álbum - colocado rapidamente pelo time do Pitchfork no selo "best new music" do site, com nota 9.2 (passe lá e verá que dentre os 20 últimos discos "selados" como BNM, o único que se aproxima de Joanna é o "Teen Dream", já postado aqui, com nota 9.0).

Além da voz "nova", esse lançamento apresenta Joanna mais pretenciosa, machucada e ao mesmo tempo segura. E isso tudo é ótimo. A influência de Callahan na música dela (pelo menos para mim) parece óbvia, e vai além das letras, inserindo trechos bem americanos no meio desta "ópera folk chinesa". Isso aparece claramente em "Good Intentions..." e "Soft As Chalk".

Esta outra influência -a da ópera chinesa- foi notada por um amigo (este sim, um grande fã dela). Achei curioso quando ele mencionou, mas após uma audição cuidadosa fui lentamente percebendo elementos orientais - as distorções na pronúncia das palavras, os tambores, e até os tons usados nos instrumentos, como a harpa. Os 3 primeiros minutos de "Baby Birch" mostram bem esse "lado oriental" do disco dela. E lá pelo oitavo minuto um "riff" - se é que pode ser chamado assim - entrega totalmente o que estou dizendo.

O mais legal é quão sutilmente ela mistura essas influências e muda de uma pra outra dentro de segundos em uma canção. E como ela faz duas horas inteiras de música passarem num instante.

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