27.4.10

Os caras do Twin Sister são tão cool, mas tanto, que me fizeram escrever outro post só pra falar um pouquinho mais sobre eles.

É que eu acabo de ver um vídeo sen-sa-cio-nal deles tocando "Something About Us" do Daft Punk (que eu desconheço na versão original). Mesmo assim a cover é digna de vários replays de tão gostosa. O vídeo foi feito num pequeno show num teto no Brookling, e divulgado aqui.

Outra coisa muito legal que eu só reparei agora (oquei, estou desatenta ultimamente) é que no site deles eles colocaram mini playlists de músicas que eles tem escutado, e o mais legal ainda é que nesse mix tem Kraftwerk, Paul McCartney, Donald Byrd e YMO, entre outras coisas. Fantástico. Além disso, postaram um mix de músicas indianas (que ainda não ouvi, mas não vejo a hora). Tudo pra baixar. Passa lá.

26.4.10



Posts semanais? Bom, já está melhor que os antigos anuais... Estou me esforçando bastante, ainda mais agora que se aproxima uma ausência programada. Eu continuo na mesma vibe, mas para mudar um pouco, hoje posto dois discos (na verdade EPs) que além de excelentes, estão colocados para download gratuito e legal na internê!


As duas bandas tem som parecido - vocais femininos, vibe dreamy, elementos eletrônicos, etc... Soa familiar? Bem, é o que eu tenho gostado de ouvir.


Voltando às bandas - Twin Sister é um coletivo de músicos de NY (e arredores) que gosta de brincar bastante com sua música. Eles deixam pedaços de suas composições em desenvolvimento no site, pedem comentários das pessoas, vão retrabalhando as canções e postando novamente. É interessante como além de registrar o processo de composição eles dividem isso com as pessoas.


Mas o legal mesmo é que a banda é boa, e traz certo frescor pop ao tipo de música que tem dominado este blog ultimamente. O último lançamento do grupo, "Color Your Life", mostra bem isso. São 6 canções que variam do groove a algo similar à trilha do Air, postada aqui em baixo, contando com vocais femininos bem "fofos" e ensolarados. "Lady Daydream" e "Galaxy Plateau" são mais instrumentais, e (não tão) por acaso, são minhas favoritas.


Vale a pena também baixar o primeiro EP deles, "Vampires With Dreaming Kids" (disponível no site da banda) que é um pouco menos elaborado na produção, mas também tem músicas lindasdemorrer como "Ginger", uma balada pop e o hit do disco.



**UPDATE - O EP "Colour Your Life" só estava disponível no site do Twin Sister por duas semanas e eu nem notei, já que o restante do material deles no site continua "downloadable". De qualquer maneira, o link está aqui pra quem quiser baixar diretamente.




O outro EP é um pouco menos fofo e pop, mas não de menor qualidade. "The Years" é o primeiro EP do Memoryhouse, nome que parece perfeito para essa dupla. O som é completamente dream-like. A voz da vocalista Denise Nouvion parece um susurro dentro de um sonho, ou uma memória distante, e as poucas batidas que a acompanham sustentam essa sensação pelo restante do curto álbum. Inclusive em "Lately" a banda usa um sample da excelente trilha do "Eternal Sunshine of the Spotless Mind" que é do Jon Brion. Tudo muito lindo e coeso.


Poderia escrever a palavra sonho mais quinze vezes para descrever a atmosfera criada por esses dois canadenses, mas é mais fácil ouvir. E talvez, entrar no flickr deles para contemplar essas imagens lindas que parecem tiradas de um.... sonho! Fotos cheias de flaires e manchas coloridas, que lembram a capa do EP. Isso tudo sem falar no blog, que também tráz textos interessantes. Bom, taí - é toda essa atmosfera criada pela banda que me fascina. Ouça "To The Lighthouse" e entenda o que eu estou falando.

21.4.10



momentos delicados pedem companhia. momentos delicados pedem música que fala além da letra, além da qualidade sonora e além de estilos musicais.

meus momentos delicados pedem memória, passado, sonho, e saudosismo (tanto do que foi bom como do ruim). meus momentos delicados só são delicados vistos de fora - por dentro são erupções. talvez por isso a música que os acompanham são intensas, mas tem seu lado 'delicado'.

eu não lembro se já postei esse disco aqui - mas não interessa. é muito bom e merece ser postado novamente. a trilha do virgin suicides - meu filme favorito da adolescência, junto com high fidelity. filme à parte, a trilha é genial. tanto, que posto aqui os dois discos - o do air e o score.

o do air é um disco do air - muito "lounge", guitarras setentistas, batidas e teclados oitentistas, vocais eventuais e um certo ar sombrio (a lá "felt mountain"). "playground love" até hoje me deixa arrepiada, e me faz lembrar de cada cena do finzinho do filme. "highscool lover", a versão instrumental também é linda - e tenho certeza que inspirou o jon brion pra trilha do 'eternal sunshine' - outra belezura. "dead bodies" é uma pérola dançante perdida no meio dessa escuridão toda. mas a trilha do air é só pra dar o clima.

a trilha restante é fantástica - composta majoritariamente por bandas que - na época (eu era bem novinha quando saiu esse filme...) - eu nem fazia idéia do que era. e foi lindo, descobrir o heart, o sloan, todd rundgren...

na verdade a trilha é uma grande bizarrice. uma compilação 70's, que faz todo o sentido, principalmente se vc já assitiu ao filme. não sei nem como descrever direito. talvez essa seja a graça - é apenas uma mistura de canções velhas, mas que ganham sentido por causa de uma história, por causa de cinco garotas loiras, por causa de uma família despedaçada, de um professor de matemática, de uma mãe autoritária, de um subúrbio deprimente, de uma paixão desiludida, da cecília, dos discos queimados e da árvore deposta; por causa da obsessão, por causa da asfixia.

13.4.10


Ultimamente tenho escutado com mais frequência bandas parecidas entre si, geralmente com mulheres no vocal, sons mais eletrônicos e algo "dream pop". Coisas que me lebram o Air da trilha de "Virgin Suicides" e o "Felt Mountain" do Goldfrapp - dois discos que eu amo.

Uma delas é White Hinterland, aka Casey Dienel. Na verdade faz um tempinho que estou querendo postar o "Kairos", terceiro disco da compositora, mas o único que me fisgou de verdade. Esse álbum é bem diferente dos outros trabalhos dela, e segue bem a linha que eu havia falado (batidas eletrônicas, voz feminina, etc.).

Sua voz forte e fina, somada às batidas pesadas e sintetizadores levam a sonoridade muito para o lado do Dirty Projectors durante alguns momentos do disco, mas quase sem guitarras - o foco é mesmo nas batidas. "Moon Jam" e "No Logic" são dois bons exemplos dessa semelhança - principalmente a segunda, onde a levada é mais "africana" somada a breves momentos de guitarra (que mais parecem likembés).

Mas as minhas favoritas são mesmo os hits: "Amsterdam", a mais sombria e intimista do disco é um pouco mais industrial, mas ao mesmo tempo super delicada - a voz de Casey casa com as batidas de forma inexplicavelmente harmoniosa. E por fim, "Icarus" - hit pop de levada simples, ritmada e fácil. Uma delícia.

Kairos não é um álbum espetacular, mas é uma ótima coleção de belas canções.

5.4.10


Joanna Newsom tem apenas 3 anos a mais que eu. Esse dado me assustou muito, já que um disco desses transborda maturidade. "Have One On Me" é uma paulada, uma grosseria, de tão bom que é. E olha que eu nem sou fã incondicional da cantora - perdi o show que ela fez por aqui em 2007, mesmo tendo pago pelos ingressos.

Mas voltemos ao tão discutido álbum - colocado rapidamente pelo time do Pitchfork no selo "best new music" do site, com nota 9.2 (passe lá e verá que dentre os 20 últimos discos "selados" como BNM, o único que se aproxima de Joanna é o "Teen Dream", já postado aqui, com nota 9.0).

Além da voz "nova", esse lançamento apresenta Joanna mais pretenciosa, machucada e ao mesmo tempo segura. E isso tudo é ótimo. A influência de Callahan na música dela (pelo menos para mim) parece óbvia, e vai além das letras, inserindo trechos bem americanos no meio desta "ópera folk chinesa". Isso aparece claramente em "Good Intentions..." e "Soft As Chalk".

Esta outra influência -a da ópera chinesa- foi notada por um amigo (este sim, um grande fã dela). Achei curioso quando ele mencionou, mas após uma audição cuidadosa fui lentamente percebendo elementos orientais - as distorções na pronúncia das palavras, os tambores, e até os tons usados nos instrumentos, como a harpa. Os 3 primeiros minutos de "Baby Birch" mostram bem esse "lado oriental" do disco dela. E lá pelo oitavo minuto um "riff" - se é que pode ser chamado assim - entrega totalmente o que estou dizendo.

O mais legal é quão sutilmente ela mistura essas influências e muda de uma pra outra dentro de segundos em uma canção. E como ela faz duas horas inteiras de música passarem num instante.
 

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