9.12.09

sao paulo fog


São Paulo está chuvosa, nublada e mais cinza que nunca. Eu odeio esse tempo, e pra espantar o bode, nada como fantasiar com um dia fresco e ensolarado. Pra me ajudar, uso Kings of Convenience.

Acho que não preciso falar muito sobre eles - o site deles tem um bom profile sobre a dupla. Aliás, o Erlend volta ao Brasil em breve com sua outra banda, Whitest Boy Alive, pra tocar no péssimo Studio SP por R$100,00. Não entendi nada disso e vou voltar ao Kings of Convenience para não me irritar...

Há pouco tempo a dupla norueguesa lançou seu último disco, "Declaration of Dependence", que mostra um pouco mais as habilidades do duo em criar canções leves e gostosas, além de exibir um pouco mais sua sincronia absoluta - os dois se complementam inacreditavelmente tanto na voz como no violão. É bonito de se ver - além de ser uma delícia pra ouvir (consigo ouvir horas seguidas de Kings of Convenience, principalmente quando estou trabalhando).

Essa sincronia musical fica mais aparente ainda em apresentações ao vivo, como nesta da Blogotheque. Em pouco menos de meia hora eles apresentam músicas novas ("Mrs. Cold" e "Boat Behind") e antigas (como "Cayman Islands"), além de uma cover divertida de "Free Fallin" do Tom Petty.











É visível que os dois se divertem muito ao divertir a platéia com suas manobras e caprichos, movendo o público umas três vezes ou simulando um trompete com os lábios em "Singing Softly to Me", e até cantando uma curta versão do clássico "It's My Party".

Impossível não sorrir várias vezes vendo esse vídeo e dá até uma certa inveja desse público. Sim, porque que aqui no Brasil as apresentações deles nunca foram assim intimistas, graças ao público mal educado e tagarela (durante o show do Tim eles pediram silêncio várias vezes). Inclusive numa curta conversa que tive com Erlend no antigo Studio SP ele afirmou sentir certa frustração com suas apresentações brasileiras, pois nunca obtia do público respeito nem atenção. Quem sabe um dia...

8.12.09

casa de praia


Beach House é o nome de uma série de coletâneas de house vagabundo que meu pai (irmão, tia, primos) adora(m). Também é o nome de uma banda (uma dupla, para ser mais precisa) fenomenal de Baltimore, EUA, que acaba de lançar o primeiro single ("Norway") de seu mais novo disco, "Teen Dream", que deve sair dentro em breve, mas não será novidade para muitos.

Beach House - a banda - não tem nada a ver com house. Na verdade não tem nada a ver com praia - pelo menos não com as nossas, apesar de eu amar ouvir o som deles quando estou na praia, mas voltando... O som deles me remete a uma praia mais fria, fresca, deserta...

Os vocais gelados de Victoria declamam calmamente as letras sobre guitarras secas e teclados lentos e barulhentos. Tudo parece se misturar nas diversas camadas sobrepostas, criando uma atmosfera gélida e quase que fantasmagórica. Minha mãe disse que acha triste, mas não consigo concordar com ela. O som dessa dupla me parece um sonho sereno, a paz mais pura que se pode imaginar.

Mas nesse novo album as antigas batidas sintéticas deram espaço a bumbos, pratos e ganharam corpo, o ritmo foi acelerado e a tal atmosfera gélida tornou-se mais ensolarada em canções como "Zebra" e "Love of Mine". As músicas em geral parecem mais cheias, com mais sons, instrumentos e até mesmo novos tons de voz.

Apesar de gostar (um pouco) mais dos dois discos que antecedem "Teen Dream", ele me conquista pouco a pouco, a cada audição, e ganha mais um espacinho no meu coração (e no meu last.fm).

7.12.09

si si si


E quando você descobre uma banda ótima e dois segundos depois descobre que ela não existe mais? Semana passada fuxicando a internê me deparei com o "Yes, Please", projeto já extinto da Lilly Maring, que agora faz parte de outra banda ("Grass Window", também interessante, mas nada como a primeira).

A música de Lilly é como se a Bjork tivesse cantando com o Múm no Lali Puna (que eu amo de paixão - daí o nome do blog...). Arranjos simples, voz feminina e guitarras cruas - é uma fórmula simples mas muito bonita. Me conquistou de primeira - tenho ouvido praticamente só isso nas últimas duas semanas - me parece uma boa trilha para dias de muito trabalho e muito barulho interno.

A música do Yes, Please é prova de que algo simples também pode ser belo e emocionar. Apesar de ter lançado dois EPs e um disco, só consegui encontrar esse último ("For Now, For Then, For Them", de 2008). Um bom disco com canções que fluem naturalmente - é quase um calmante natural.

Nessa época em que o mundo acelera ritmo e todos correm loucamente tentando alcançar algo que ninguém sabe direito eu me tranquilizo ouvindo essa sequência de canções belas e lentas.

eterno retorno


Sinto que meu blog é um exemplo do eterno retorno. Mesmo com as várias promessas de volta (estampadas em muitos posts) ele nunca vingou - e ao mesmo tempo, eu nunca o abandonei definitivamente. Ele é meu cantinho de conforto, pra onde eu volto de tempos em tempos e onde eu faço minha auto-análise, acompanhada do que eu mais gosto nesse mundo - a boa música.

Notei que a maior parte dos meus útimos posts foram feitos nessa época, fim de ano, perto do natal, em pleno inferno astral e na época das tantas promessas (antecipadamente frustradas por mim mesma) de renovação e de "vida nova".

Não gosto de ser tão pessoal aqui, mas às vezes é preciso. E mais do que nunca eu preciso me impulsionar pra mudar as coisas - tanto na vida como no blog. E mais uma vez afirmo aqui que vou tentar me comprometer mais com esse cantinho que já me deu tanta tranquilidade e satisfação - além de fornecer música boa e fresca aos meus caros amigos que ainda insistem em frequentar esse espaço.

Quem sabe dessa vez rola. Acompanhem os próximos capítulos! ;)
*foto daqui
 

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