18.5.10

Sabe música que te faz esquecer de tudo? Até de um cansaço acumulado de dias e dias de caminhada com um converse velho, ou das dores nas costas e joelhos causadas pelo mesmo, ou da histeria que é estar de férias num lugar incrível e que te oferece tudo o que você quiser (ou puder pagar...). Te faz até esquecer quem você é, onde é sua casa, seu trabalho, sua família, tudo. Te leva pra um lugar que é só dela própria, naquele momento. Shows levam essa sensação a um extremo - pelo menos pra mim.

Quando Victoria entra no palco com seus companheiros você até os nota, mas assim que ela começa a se mover e a primeira nota de "Walk in the Park" cantada na sua voz rouca chega a seus ouvidos você é dela. A decoração simples, porém linda do palco funciona super bem - as "piñatas" giram e espalham as cores dos canhões de luz, criando a sensação de movimento num palco onde os músicos pouco se movem. Porém, nada é inexpressivo - pelo contrário

Victoria se mexe como um rock star (ela veste um largo paletó branco, aberto, com as mangas dobradas), e "bate o cabelo" como faria talvez algum dos membros do Metallica, mas de maneira incrivelmente hipnotizante e suave, sem sair da sua posição. Aliás, é incrível como ela não dá um passo sequer e mesmo assim, o palco é dela - todos os olhos miram em sua direção.

Seus comparsas executam com extrema competência todas as canções de Teen Dream, e mais algumas dos discos anteriores - além de presentear a platéia com uma inédita ("never played before live", segundo Victoria). A essa altura estamos todos mais que hipnotizados, impressionados e boquiabertos. Esqueço de mencionar que a voz de Victoria, "pessoalmente", é muito mais potente do que aparenta nos discos e ecoa pela casa. As músicas ganham impressionante profundidade ao vivo.

Pouco antes do fim do concerto, as luzes assumem caráter diferente - a bola de espelhos monstruosa no teto do espaço é iluminada e de repente estamos no vídeo de "Maps", do YYY, mas é "Take Care" que começa. A histeria (interna) atinge limites poucas vezes antes alcançado. Após a última canção - que eu nem me lembro qual foi, dado o estado de hipnose musical, talvez tenha sido "Lover of Mine" - as luzes acendem e a multidão entope as escadarias. Vamos "para casa" com uma sensação esquisita. No dia seguinte João me sugere comprar um paletó.




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